sexta-feira, 1 de junho de 2012


Esta é uma reportagem que copiei do site Oeco


Mas achei interessante... quem sabe um dia não consigo fazer um passeio desses. Ainda não tive coragem e nem cia que me incentivasse. Quem sabe um dia me "infeso" e vou sozinha mesmo!!! ;)


Cicloturismo na Mata Atlântica pelo litoral de São Paulo

Todos os finais de semana, centenas de moradores de São Paulo deixam a capital em carros e motos em direção ao litoral do Estado. Em busca de praias que estão entre as mais bonitas do litoral do Brasil, os turistas aceleram pelas estradas que rasgam alguns dos últimos trechos de Mata Atlântica preservados do país. Ficar parado observando a pista por 15 minutos entre as rodovias que cortam a Serra do Mar é suficiente para constatar o desespero e a pressa dos que as percorrem. Querendo chegar logo na combinação de areia fina, águas claras e trechos de mata à beira mar que tornam a região tão incrível, a maioria desrespeita os limites de velocidade e deixa a prudência de lado, sem dar muita atenção à beleza do caminho. A pressa em aproveitar a natureza ironicamente afeta a percepção da natureza. E a multiplicação de motores poluindo os últimos trechos preservados ameaçam a Mata Atlântica como um todo.
Há outras maneiras de se chegar ao litoral. Optar por viajar de transporte coletivo é uma delas. Um ônibus pode levar mais de 50 pessoas queimando menos combustível, ocupando menos espaço e poluindo menos do que a quantidade de carros e motos necessária para transportar tanta gente. Para não falar dos problemas relacionados ao aumento de carros na região, onde os congestionamentos são cada vez mais comuns e os acidentes fatais constantes.
Além dos ônibus que saem da capital em direção às principais praias em linhas regulares, é possível chegar na região também de bicicleta, opção que permite não só reduzir emissões como ter contato direto com trechos incríveis, visualizando a biodiversidade local, explorando uma riqueza de cheiros, cores e barulhos que quem passa rápido desconhece. São percursos de dificuldade média, mais recomendados aos já iniciados no cicloturismo, mas que com calma, atenção e cuidado pode ser percorrido por qualquer um com bom condicionamento físico. O Outras Vias selecionou três roteiros principais, que podem ser combinados e permitem alcançar as principais praias da região. Como a maioria das companhias aceita transportar bicicletas no bagageiro sem custos adicionais, é possível ir de bike e voltar de ônibus.
Rota Márcia Prado - São Paulo-SantosDesde 2009 existem articulações para transformar a rota que o Grajaú, na Zona Sul de São Paulo, a Santos em um caminho fixo, sinalizado e bem demarcado. Batizada de Rota Márcia Prado, ela é basicamente composta por um trajeto que corta a Ilha do Bororé, com terra e lama, e pela descida da Serra do Mar por meio da Estrada de Manutenção do Sistema Anchieta-Imigrantes. A resistência da 
concessionária Ecovias, que, contrariando a lei, insiste em proibir a circulação de bicicletas no trecho de cerca de 6 km na Rodovia Imigrantes pelo qual passa o trajeto, é um dos principais motivos para a rota ainda não ter sido oficializada. O artigo 247 do Código Brasileiro de Trânsito é bastante claro ao determinar que, na ausência de ciclovias ou ciclofaixas, o ciclista tem direito de trafegar no bordo da pista, conforme destacado na página 10 do CBT de bolso organizado pela Transporte Ativo*. Mesmo assim, a Polícia Rodoviária Estadual tem seguido a sinalização instalada pela Ecovias e, com base na proibição, fiscalizado e forçado ciclistas a retornarem. 

Uma boa oportunidade de fazer o trajeto é participar do passeio anual realizado pelo Instituto CicloBR, que costuma reunir centenas de cicloturistas. Nos últimos anos, os organizadores conseguiram autorização para a passagem dos ciclistas, apesar da resistência da Ecovias. O percurso é especialmente bonito no trecho que envolve a descida da Serra do Mar pela Estrada de Manutenção, pela qual passam pouquíssimos veículos motorizados. O cenário é fantástico, com morros cobertos pela Mata Atlântica, vistas para a praia, uma cachoeira e uma variedade de animais, insetos e plantas surpreendente. É possível avistar macacos e o trajeto pode ser percorrido até por iniciantes.

Não só pela beleza do roteiro, é bastante recomendável maneirar a velocidade, especialmente nas decidas. Há trechos bastante escorregadios, como dá para ver na sequência de fotos ao lado.

Veja mapas da Rota Márcia Prado no googlemaps, no bikely e leia mais sobre o trajeto no blog vádebike.org

Litoral norte - Camburi
Depois de descer a Rota Márcia Prato, é possível seguir para o litoral norte do estado também atravessando áreas de mata preservada. Ciclistas experientes e com bom preparo físico podem combinar a descida da Serra do Mar com mais uma pedalada em direção ao norte (de São Paulo até Camburi é preciso acordar bastante cedo e ter disposição para pedalar o dia inteiro). Outra opção é seguir para Santos de ônibus e, da cidade, partir pedalando beirando o litoral. Até Camburi, dá para fazer o trajeto com tranquilidade, percorrendo trechos com pouca movimentação e/ou acostamento largo, além de presença constante de ciclistas locais e bons restaurantes no caminho. Depois de Camburi, o trecho de serra até Maresias é apertado, sem acostamento e com motoristas rápidos perto demais.

A partir de Santos, de saída, melhor do que fazer o mesmo caminho que os motoristas e pegar a Rodovia Rio-Santos, a dica é seguir por dentro, atravessando a cidade em direção ao Guarujá, aproveitando a rede de ciclovias e a balsa que liga estas duas cidades. Do Guarujá, é possível seguir beirando a praia até a estrada que serve como caminho para Bertioga, um trecho com muitos morros, mata preservada, praias e, dependendo do horário e da época do ano, pouquíssima movimentação de motores. Ciclistas com bicicletas caras devem ficar atentos a assaltos e é sempre recomendado viajar em grupos e manter unidade em áreas mais isoladas. Para chegar até Bertioga, é preciso pegar mais uma balsa. Da cidade, dá para continuar em direção norte em outra via, também paralela à Rio-Santos.

Ao chegar na altura do Indaiá, não tem jeito, é preciso pegar a Rio-Santos, sempre movimentada. O acostamento a partir deste trecho, porém, é bastante largo e permite percorrer o trajeto com segurança. Até Camburi, dá para pedalar tranquilamente e, se por um lado a presença de motores incomoda, por outro, sempre há mata ao lado da pista e/ou praias lindas. Vale parar no caminho para dar um mergulho.
 
Litoral sul - PeruíbeAssim como no trajeto para o norte, dá para utilizar como ponto de partida Santos para seguir em direção ao litoral sul. Ciclistas com bom condicionamento podem combinar a descida da Rota Márcia Prado com este trajeto e chegar até Peruíbe (também é preciso disposição para pedalar o dia inteiro). Outra alternativa é seguir de ônibus até Santos. O roteiro até Peruíbe é mais tranquilo do que para o norte por ser composto por trechos planos todo o tempo.
 
De Santos, a dica é a mesma: seguir pela rede de ciclovias da cidade até São Vicente e, então, atravessar a Ponte Pênsil. Depois, é só seguir em linha reta por uma ciclovia longa que termina na estrada. É um bom jeito de desviar e evitar o trecho inicial da pista, mais movimentado e com acostamento apertado. A partir do ponto alcançado, é só seguir em linha reta em um trecho com acostamentos largos todo o tempo, além da presença constante de ciclistas locais e até sinalização para ciclistas em partes do trajeto. É possível atravessar Mongaguá e Itanhaém com tranquilidade, bastando ter atenção quando o acostamento é cortado por acessos e saídas para as praias. A linha reta sem morros e com pouca vegetação permite ao ciclista ter noção do vento - que pode ajudar consideravelmente ou atrapalhar muito o percurso. Quem vai até Peruíbe também tem a chance de observar o morro crescendo no horizonte, como dá para ver na sequência de fotos do vídeo abaixo

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